O artigo "Conhecimento Profissional Docente e Formação de Professores" por António Nóvoa, aborda profundamente o conceito de conhecimento profissional docente, argumentando que ele é crucial para a formação e prática dos professores. Nóvoa divide sua discussão em três partes principais, cada uma explorando diferentes aspectos desse conhecimento: a natureza contingente, coletiva e pública do mesmo.
Primeiramente, o conhecimento profissional docente é descrito como "contingente", enfatizando que ele é formado na prática e moldado pelas experiências diretas dos professores. Isso reflete a imprevisibilidade e as constantes adaptações necessárias na prática docente.
Em seguida, Nóvoa discute o caráter "coletivo" deste conhecimento, argumentando que ele é fortalecido e enriquecido pela colaboração entre professores. Este aspecto ressalta a importância da comunidade e do suporte mútuo na profissão docente.
Por fim, o autor aborda a dimensão "pública" do conhecimento profissional docente, sugerindo que os professores devem se engajar ativamente no debate público e na formação de políticas educacionais, o que amplia a influência e visibilidade da profissão.
Essas ideias são altamente relevantes para minha própria trajetória como professora, considerando minha participação no curso sobre competências empreendedoras e a reflexão sobre o meu papel e identidade como educadora. Nóvoa destaca a importância de professores como produtores de conhecimento e agentes ativos na educação, o que ecoa a necessidade de inovação e impacto que eu exploro em minha jornada de aprendizado sobre competências empreendedoras. A ideia de transformar práticas e estruturas de formação docente também se alinha com a busca por abordagens mais eficazes e inovadoras no ensino, ressoando com os objetivos de desenvolvimento profissional contínuo e impacto educacional que eu desejo alcançar.
Olhando um pouco com a visão do ambiente onde atuo, a questão do 'coletivo' é uma necessidade constante, e que depende não somente do ambiente promover o senso de comunidade e colaboração, mas também por parte dos próprios professores, que tendem a se isolar e se afastar dos diálogos e das interações. Essa posição de 'isolamento' do professor dificulta também a questão da dimensão 'pública'.
Na área da economia criativa, onde atuo, existe também o fator "ego" em alguns professores, que os impedem de colaborar com outros por se sentirem detentores de um conhecimento único que ninguém mais pode ter, se não eles perdem espaço no mercado.
Percebo, baseado em conversas com colegas da escola pública, que muito também vem da falta de energia dos professores, que são sobrecarregados de tarefas, trabalhos extra e mais tantas outras coisas que implicam para que essas coisas aconteçam.
Após ler o texto de Nóvoa, que trouxe muitas coisas das quais eu não tinha conhecimento, fico com a pergunta para mim mesmo: O que, na minha posição à frente do corpo docente, posso fazer para contribuir e engajar com essa mudança?
Acho que essa é a grande questão, Caio: o que cada um de nós pode fazer!
A mudança de mentalidade depende de muitos fatores, inclusive da falta de tempo das pessoas.
Contudo, eu vejo que existe uma insegurança generalizada no ar. Um insegurança proveniente da incerteza do futuro, mas também da falta de conhecimento e de experiência com as novas tecnologias tanto quanto com as novas maneiras de ensinar e de aprender.
Quando não entendemos o que está acontecendo, perdemos o controle e a tendência é nos fecharmos para proteger o que achamos que temos de mais importante, não é mesmo?
Por isso eu quis criar uma formação como esta: para colocar profissionais da educação em contato com novas plataformas, desafios e principalmente, em uma nova experiência de ensino-aprendizagem.
Eu acredito que quando vivenciamos nós mesmos essas novas experiências, perdemos o medo e conseguimos perceber novas oportunidades.
O que achas?
Concordo plenamente prof. Leila. Insegurança e falta de perspectiva, muito também pelo próprio ambiente de trabalho estar sempre olhando para resultados e pouco fazendo para promover mudanças e progressos.
Iniciativas como esta, desse curso, deveriam ser mais comuns, mais conhecidas e divulgadas.